quarta-feira, 18 de julho de 2012

Pausa para Ciência - Afinal donde veio a água?

Hoje vi um artigo que me fez pensar sobre o pensamento científico e sua relação com crença religiosa: uma descoberta feita pelo Instituto Carnegie , Washington: A água do nosso planeta veio dos asteróides da cintura entre Marte e Júpiter.

Até agora subsistia a teoria que cometas e meteoritos primitivos, os condritos carbonáceos (ricos em carbono e água), teriam dado origem à água e a todos os compostos voláteis do nosso planeta (hidrogénio, oxigénio e carbono) e, consequentemente, à matéria orgânica.

No entanto, outra teoria poderá ter surgido agora, começando a aparecer provas de suporte. Conel Alexander, investigador do Instituto Carnegie, baseando-se na observação do rácio de deutério (isótopo de hidrogénio), nas águas geladas, consegue averiguar a que distância do Sol um objecto foi formado. Aplicando esta técnica nas chamados condritos carbonáceos (condritos faz-me lembrar o meu colega de casa que chama conguitos aos douradinhos), observando que o rácio de deutério nestes objectos era muito inferior ao dos cometas, indicando possível formação muito diferente, provavelmente na zona da cintura interna de asteróides. Desta forma, a teoria dos cometas e meteoritos, até agora bem estabelecida, encontra-se contestada...

Com este estudo, há que enfatizar algo que faz parte da Ciência: Contestação. O que mais me fascina na ciência, quase todas as áreas, é sua não-conformidade e constante necessidade de contestar algo. É esse pensamento que cria evolução na nossa ideologia e todo o ser humano deveria ser assim. Estamos aqui a falar da criação do nosso mundo, algo com uma vertente extremamente religiosa. No entanto, nada impede a ciência de contestar o que a religião diz. Respeito imenso as pessoas de dedicam-se à prática da sua cultura religiosa, têm o seu direito, mas o fanatismo religioso só existe porque é alimentado pela imutabilidade da Religião. O verdadeiro crente não é aquele que lê a Bíblia/Alcorão/Torat/etc. e vive a sua vida em função desses, desprezando quem tenta contestá-los, mas sim aquele que após ler a sua "Bíblia", reflecte sobre ela e pensa: "Terá sido mesmo assim? Poderá ter sido doutra forma? Ou estará isto mal explicado?" e, usando a Ciência, procura exaustivamente por "Deus" (entre aspas por respeito a todas as crenças, pois existem vários nomes) na Natureza e no Universo. Einstein, em resposta ao aparecimento da Mecânica Quântica como uma realidade aleatória e probabilística, diz: "Não acredito que Ele jogue dados com o Universo". Sendo Einstein um Pandeísta, crença num Deus como criador do Universo e, ao mesmo tempo, a sua totalidade e que somente se identifica Deus através da razão (no entanto, morreu ateu, supostamente), ele demonstra como o pensamento cientifico deve ser usado: Sim, Deus (ou deuses) existe, no meio de equações matemáticas, interacções físicas e reacções químicas e, portanto, o nosso trabalho é simplesmente encontrá-lo lá no meio.

Mesmo com a descoberta de uma partícula que poderá ser o Bosão de Higgs, a Partícula de Deus, ateus racionais e fanáticos religosos continuam a separar a crença da ciência quando elas se encontram uma na outra. Se considerar-mos o pensamento Deísta, ou seja, considerar-mos que Deus criou o Universo e, ao mesmo tempo, é a sua totalidade, percebos que o Bosão de Higgs é realmente a Partícula de Deus, pois Deus é o Universo e, através desta partícula (e de outros inúmeros processos físicos), criou-se a si mesmo, e somente o poderemos Ver através da ciência.

A Ciência não existe para desacreditar a existência de Deus, mas sim para fortalecê-la....

Espero que tenham gostado...Se não, you know what to do...
Nando Pina

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